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Jacob Kurtzberg, mais conhecido pelo nome artístico Jack Kirby (Nova York, 28 de agosto de 1917 — Thousand Oaks, 6 de fevereiro de 1994) foi um renomado desenhista, arte-finalista, roteirista e editor de Histórias em quadrinhos americano de descendência austríaca, figurando entre os mais prolíferos e famosos quadrinistas de todos os tempos.

Jacob Kurtzberg, que anos mais tarde adotaria o nome de Jack Kirby, nasceu em 28 de agosto de 1917, em um bairro pobre da cidade de Nova York.

Seus pais, Rose e Benjamin Kurtzberg eram imigrantes austríacos judeus. A vizinhança em que morava era conhecida por ser bastante violenta, assim Jack desde cedo começou a defender-se dos valentões de seu bairro.

Grande amante de cinema desde pequeno, o jovem Jack já gostava de desenhar e buscava por conta própria aprender mais sobre a arte que iria definir sua vida para sempre.

Ficou conhecido como “estudante sem professor” (autodidata), pois aprendia tudo o que podia de pessoas mais versáteis na área de desenho do que ele e tornava suas técnicas algo particularmente seu, desenvolvendo sua própria forma de desenho, sendo muito inspirado pelo traço do Flash Gordon de Alex Raymond. Tentou ingressar em algumas escolas de desenho e arte na época, e conseguiu.

Porém, devido às dificuldades financeiras de sua família em mantê-lo num instituto acadêmico, Jack desistiu de seu ensino superior para ajudar sua família, contudo, sem desistir de seu sonho de trabalhar no mundo das histórias em quadrinhos; o que lhe aproximou de outro ramo similar: os desenhos animados.

Kirby começou a trabalhar para o Fleischer Studios em 1935, onde fazia as sequências para o desenho “Popeye”. Juntou-se ao Lincoln Newspaper Syndicate em 1936, empresa em que trabalhou até sua falência em 1938.

Kirby conheceu Joe Simon enquanto ele fazia trabalho freelance para diversas editoras. Os dois jovens se uniram e começaram a produzir e vender HQs e ilustrações para revistas pulps de Martin Goodman, fundador da Timely Comics (mais tarde Marvel Comics).

A dupla criou o herói patriótico “Capitão América” para a Timely em 1941. As perspectivas dinâmicas de Kirby, as técnicas cinematográficas, seu uso de quebrar quadros sequenciais e um exagerado senso de ação fez do título um sucesso imediato, reescrevendo as regras das histórias em quadrinhos.

Capa de Young Romance produzida por Kirby e Simon.

O nome Simon & Kirby tornou-se sinônimo de quadrinhos empolgantes de super-heróis. Depois de dez edições de “Capitain America”, eles mudaram-se para a DC Comics, aonde assumiram o personagem “Sandman” na revista “Adventure Comics”; a dupla também produziria “Boy Commandos”, “Newsboy Legion” (Legião Jovem) e “Manhunter”.

Os quadrinhos de super-heróis decaíram em popularidade depois do fim da Segunda Guerra Mundial e Kirby e seu parceiro passaram a produzir várias histórias em outros gêneros.

Eles são creditados pela criação da primeira romance comics, “Young Romance Comics”. Além disso produziriam histórias de crime, horror, humor e faroeste.

A parceria Kirby & Simon terminaria em 1954 com a indústria de quadrinhos estagnada por uma auto-imposta censura (Comics Code Authority) e sua subsequente publicidade negativa. Kirby entretanto continuou escrevendo, reinventando o personagem “Green Arrow” (no Brasil “Arqueiro Verde”) na revista “Adventure Comics”, além de criar o clássico sobre os aventureiros desafiadores da morte Challengers of The Unknown.

Kirby voltou para a Marvel Comics, desenhando uma série de histórias de terror, monstros e ficção científica. O visual bizarro de suas criaturas alienígenas foi sucesso imediato entre os leitores. A pedido do diretor Martin Goodman e do editor, diretor de arte e escritor Stan Lee, Kirby voltou a trabalhar com quadrinhos de super-heróis em 1961.

Kirby teve participação na criação de praticamente todos os personagens da Marvel nos anos seguintes. Entre eles

Os super-heróis da Marvel lançados nos anos 60.

“Fantastic Four” (Quarteto Fantástico), Thor, Hulk, “Iron Man” (Homem de Ferro), os X-Men originais, “Silver Surfer” (Surfista Prateado), “The Avengers” (Os Vingadores), Nick Fury, “Doctor Doom” (Doutor Destino), “Ant-Man” (Homem-Formiga), “Scarlet Witch” (Feiticeira Escarlate), “Galactus”, “Quicksilver” (Mercúrio (Marvel Comics)), “Magneto”, “Inhumans” (Inumanos) e sua cidade perdida de “Attilan”, “Black Panther” (Pantera Negra) e a nação africana de “Wakanda”.

Kirby era frequentemente co-autor das histórias que desenhava, introduzindo elementos que não eram mencionados nos scripts de Lee; em particular, Kirby é creditado como sendo o criador do “Silver Surfer”, que não foi citado no roteiro de Lee da história onde o personagem apareceu pela primeira vez.

Depois de uma briga com Lee e Goodman, Kirby voltou para a DC no princípio dos anos 70, produzindo uma série de títulos sob o selo “Jack Kirby’s Fourth World”.

Entre eles estavam “The New Gods” (Os Novos Deuses), “Mister Miracle” (Senhor Milagre) e “Forever People” (O Povo da Eternidade), juntamente com outros títulos como “OMAC”, “Kamandi”, “The Demon” e uma nova encarnação de “Sandman” (este com seu ex-parceiro Joe Simon pela última vez). Vários personagens desta fase tornaram-se parte do Universo DC, incluindo o demônio “Etrigan” e seu alter-ego humano Jason Blood, o “Mister Miracle” Scott
Free e o vilão cósmico “Darkseid”.

Mais tarde ele voltou à Marvel, retomando o título “Captain America” e escrevendo e desenhando as histórias. Entre suas outras criações para a editora no período estão “Devil Dinosaur”, “The Eternals” e uma quadrinização do filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”, onde criou o personagem Homem-Máquina.

Em 1978, Jack Kirby deixaria a Marvel e os quadrinhos para trabalhar com cinema e animação, em 1978, fez os storyboards do desenho The New Fantastic Four para a De Patie-Freleng Enterprises, no ano seguinte, ilustrou uma quadrinização em tiras de jornal do filme The Black Hole da Walt Disney Pictures e fez os concepts de um filem baseado no livro Lord of Light de
Roger Zelazny, o filme acabou não sendo produzido, contudo, acabou sendo renomeado para “Argo” e usado pela CIA como um falso filme gravado no Irã em um plano de resgate de funcionários da embaixada norte-americana naquele país, os eventos foram narrados no filme Argo de 2012, onde Kirby foi interpretado por Michael Parks. Kirby projetou os designs dos desenhos “Turbo Teen” e “Thundarr the Barbarian”, entre outros.

A recém criada Pacific Comics fez então um acordo inédito com Kirby para publicar sua série “Captain Victory”; ele ficaria com os direitos de suas criações ao mesmo tempo em que receberia royalties sobre elas. Isto tornou-se um precedente que ajudou outros artistas de talento a receber tratamento semelhante por seu trabalho com revistas em quadrinhos.

Morte e Legado:

Em 6 de fevereiro de 1994, Kirby morreu aos 76 anos de insuficiência cardíaca em sua casa em Thousand Oaks, Califórnia. Ele foi enterrado no Pierce Irmãos Valley Oaks Memorial Park, Westlake Village, Califórnia.

Kirby é conhecido popularmente entre os criadores e fãs de histórias em quadrinhos como um dos maiores e mais influentes artistas do gênero.

Sua produção entrou para a história enquanto estimativas apontam que ele desenhou mais de 25,000 páginas, assim como tira de jornal e esboços.

Ele também pintava, e trabalhou com inúmeras ilustrações para filmes de Hollywood.

O prêmio Kirby Awards foi nomeado em homenagem a Jack Kirby.

O grupo de rock and roll Monster Magnet cita o impacto cultural de Kirby em sua música “Melt”, que incluiu os versos, “I was thinking how the world should have cried/On the day Jack Kirby died.”

O grupo Interzone, do percussionista de jazz Gregg Bendiam, gravou em 2001 um álbum em tributo a ele chamado Requiem for Jack Kirby.

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