Homenagem do dia: Dalmo Gaspar
Dalmo Gaspar (Jundiaí, 19 de outubro de 1932 – Jundiaí, 2 de fevereiro de 2015) foi um futebolista brasileiro, lateral esquerdo titular do bicampeonato mundial de clubes pelo Santos em 1962 e 1963. Foi autor do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Milan que valeu o título em 16 de novembro de 1963, no Maracanã.
Dalmo começou no futebol competitivo no time juvenil do São Paulo de Jundiaí. Foi campeão da Liga Jundiaiense de Futebol da categoria. Em seguida, foi integrado ao Paulista de Jundiaí ao ser profissionalizado no ano de 1951.
No ano seguinte, fez parte do elenco que chegou ao Torneio dos Finalistas do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, situação que não levou ao time local ao acesso à elite do futebol estadual.
Ele foi contratado pelo Guarani em 1954 e jogou na posição de zagueiro. O bom desempenho no time campineiro despertou interesse do Santos no final da temporada de 1956, mas a contratação foi efetivada em outubro de 1957.
Dalmo já era titular absoluto da lateral esquerda do Santos, ao lado de Pelé, Pepe, Coutinho, Pagão e outros. Naquela época, o mundial de clubes era disputado em uma melhor de três partidas. No primeiro jogo, na Itália, o Milan venceu o time praiano por 4 a 2. O jogo de volta foi no Maracanã e o Santos venceu pelos mesmos 4 a 2, forçando o jogo de volta.
Novamente no Maracanã lotado, Santos voltou a vencer, dessa vez em partida mais apertada: 1 a 0, com gol de Dalmo Gaspar, de pênalti, aos 31 minutos do primeiro tempo.
Em 2008, o bi mundial do Santos completou 45 anos. Na ocasião, em entrevista ao site GloboEsporte.com, Pepe afirmou que era ele quem costumava bater os penaltis, mas, por amizade e confiança em Dalmo, deixou que o lateral esquerdo cobrasse.
O jundiaiense cobrou do lado esquerdo do goleiro. Balzarini acertou o canto, mas não conseguiu pegar.
Foi técnico de futebol de alguns clubes do interior do estado de São Paulo. No ano de 1980, levou o Catanduvense à final do Campeonato Paulista da Segunda Divisão e conquistado o vice-campeonato ao ser derrotado pelo São José.
Em 1981, foi técnico do Santo André na disputa da Segunda Divisão. O clube da Grande São Paulo chegou, sob seu comando, a decisão do Paulista ao conquistar o título do primeiro turno do campeonato. Depois ele foi substituído por Sebastião Lapolla, que comandou o clube andreense até o título da competição.
Já em 1985 foi contratado pelo Taubaté para ser técnico da equipe na Segunda Divisão após rebaixamento, no ano anterior, do Divisão Especial do Campeonato Paulista. Mas Dalmo, após três partidas no comando da equipe, pediu demissão após derrota para o São José no Clássico do Vale.
Curiosidades:
Como membro de um dos melhores times da história do futebol mundial, Dalmo Gaspar acumula boas histórias para contar. Certa vez, em entrevista, contou que foi o primeiro jogador a utilizar uma chuteira de borracha no Brasil.
Contou ele que, em uma excursão à Europa, Pelé teria ganhado uma chuteira moderna de borracha. O rei do futebol agradeceu, guardou o presente mas, no quarto do hotel, teria desdenhado o calçado e disse que deixaria ali mesmo, sem levar ao Brasil. Colega de quarto de Pelé, Dalmo então pegou a chuteira para si e usou durante a disputa dos campeonatos nacionais.
Apesar de ser sempre lembrado pelos maiores jogadores do país por ter tido participação decisiva no título mundial santista, Dalmo foi protagonista de uma polêmica com Pelé.
Durante muito tempo, o jogador jundiaiense garantiu ser ele o inventor da paradinha, forma de cobrar pênalti em que o batedor pára na frente da bola, espera o goleiro cair para um lado, e chuta no outro. Na sabedoria popular, diz-se que Pelé é o inventor da técnica.
Dalmo também foi comentarista esportivo da Rádio Cidade Jundiaí – AM 730, na equipe comandada por Milton Leite e que tinha os repórteres Eduardo Augusto e Samuel do Lago.
Fim da Carreira:
Dalmo Gaspar saiu do Santos em agosto de 1964 e retornou ao Guarani. Atuou no Bugre até o ano de 1966. Encerrou a carreira no ano seguinte no Paulista de Jundiaí.
Morte:
Dalmo morreu aos 82 anos em um hospital de Jundiaí, onde estava internado. A causa da morte foi uma infecção bacteriana no sangue.
Títulos:
Santos
- Copa Intercontinental de 1962 e 1963
- Taça Libertadores de 1962 e 1963
- Campeonato Brasileiro 1961 e 1964
- Campeonato Paulista de 1958,1960,1961,1962 e 1964
- Torneio Rio-São Paulo de 1959
- Torneio Pentagonal da Cidade do México: 1959
- Torneio Triangular de Valência: 1959
- Troféu Teresa Herrera: 1959
- Torneio Cidade de Paris: 1960 e 1961
- Torneio Gialorosso: 1960
- Torneio da Costa Rica: 1961
- Torneio Pentagonal de Guadalajara: 1961
- Torneio Itália: 1961