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Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner (Aussig, 28 de novembro de 1924 — Seropédica, 5 de outubro de 2000) foi uma engenheira agrônoma pioneira em biologia do solo.

A agrônoma Johanna Döbereiner é a sétima cientista brasileira mais citada pela comunidade científica mundial e a primeira entre as mulheres, segundo levantamento de 1995 da Folha de S. Paulo. Suas pesquisas, fundamentais para que o Brasil desenvolvesse o Pro álcool e se tornasse o segundo produtor mundial de soja, poupam ao país um gasto anual próximo a 1,5 bilhões de dólares e tiveram impacto direto na economia nacional. Seu trabalho com fixação biológica do nitrogênio permitiu que milhares de pessoas consumissem alimentos mais baratos e saudáveis, o que lhe valeu a indicação ao Prêmio Nobel em 1997. No entanto, a cientista é pouco conhecida no Brasil.t3

Johanna formou-se em Engenharia Agronômica em 1950 pela Escola Superior de Agronomia Freising-Weihenstephan da Escola Superior Técnica de Munique, e poucos meses depois foi para o Brasil, recém casada com Jürgen Döbereiner, a convite do pai dela, que emigrou para o Brasil em 1948, onde ela foi contratada pelo Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola pelo Diretor do Instituto, Dr. Álvaro Barcellos Fagundes, atual Centro Nacional de Pesquisa em Agrobiologia da Embrapa, localizado no município Itaguaí, atual Seropédica, estado do Rio de Janeiro.

Naturalizada brasileira em 1956, obteve grau de Mestre pela Universidade de Wisconsin-Madison, Estados Unidos, em 1963. Posteriormente fez um curso de bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris.

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Por ocasião da introdução da soja no Brasil na década de 60, Johanna tomou partido em favor do aproveitamento das associações entre plantas e bactérias fixadoras de nitrogênio, opondo-se a utilização de adubação nitrogenada obrigatória, desenvolvendo uma tecnologia capaz de diminuir ou até mesmo eliminar nossa dependência dela, poupando atualmente entre um e dois bilhões de dólares por ano. Tal tecnologia faz com que o Brasil tenha o menor custo de produção de soja do mundo, se estabelecendo como um dos maiores produtores. Johanna também é conhecida por primeiro descrever em 1974 a ocorrência de uma associação entre bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Azospirillum e a gramínea Paspalum notatum. Posteriormente bactérias do mesmo gênero foram descritas para milho e forrageiras. Em 1988 escreve a associação entre a bactéria endofítica fixadora de nitrogênio Gluconacetobacter diazotrophicus e cana de açúcar. Os resultados mais espetaculares dos seus estudos com esta associação foram observados com algumas variedades de cana de açúcar, capazes de apresentar altas produções, acima de 160 t/ha, com até 200 kg de nitrogênio derivados de sua associação simbiótica com esta bactéria. Johanna com seus estudos levaram à descoberta de 9 espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio associadas a gramíneas, cereais e tuberosas.

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