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Marisa Letícia Lula da SilvaGCC • GCL, nascida Marisa Letícia Casa (São Bernardo do Campo, 7 de abril de 1950 — São Paulo, 3 de fevereiro de 2017), foi a esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi a primeira-dama do Brasil entre 1 de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2010, período em que seu marido exercia o cargo de presidente da República.

Filha de Antônio João Casa (filho de Giovanni Casa e Carolina Gambirasio) e Regina Rocco (filha de Mariano Rocco e Giovanna Boff), Marisa nasceu numa família de imigrantes italianos (Lombardos de Palazzago, província de Bérgamo) de origem agrícola. Morou com os dez irmãos no sítio dos Casa até os cinco anos de idade. Neste sítio, seu avô paterno construiu uma capela em homenagem a Santo Antônio, que ainda existente.

Hoje, toda a área do sítio chama-se Bairro dos Casa, em homenagem a seus antepassados, pioneiros da região.

Em 1955, Marisa e sua família mudaram-se para o centro de São Bernardo do Campo, região do Grande ABC, em São Paulo. Depois de frequentar uma escola humilde, Marisa foi transferida, na terceira série, para o Grupo Escolar Maria Iracema Munhoz. Aos nove anos, já tinha experiência como pajem de três garotas mais novas.

Aos treze anos de idade, com a autorização do pai, Marisa começou a trabalhar na fábrica de chocolates Dulcora, como embaladora de bombons. Permaneceu nesta até os dezenove anos de idade, quando se casou com o taxista Marcos Cláudio e deu à luz seu primeiro filho, Marcos. Seis meses após o casamento, ainda grávida, Marisa perdeu o marido, assassinado a tiros.

Mais tarde, em 1973, trabalhou como inspetora de alunos em um colégio estadual. Neste mesmo ano, já viúva, conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos de sua cidade natal. Os dois casaram-se sete meses depois.

O relacionamento de mais de trinta anos gerou três filhos: Fábio, Sandro e Luís Cláudio. Marisa tem ainda uma enteada, Lurian, filha de Lula e sua ex-namorada Miriam Cordeiro.

Em 1980, quando Lula e diversos sindicalistas estavam presos devido às greves, liderou a Passeata das Mulheres, em protesto pela liberdade dos sindicalistas.

Marisa começou na vida política militando ao lado do marido (eleito presidente do Sindicato em 1975) para que outras mulheres se juntassem ao movimento sindical na região. Em 1978, iniciaram-se as greves no ABC paulista.

Presidente Lula e Marisa saúdam populares na abertura do desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Pátria.

Foi Marisa quem cortou e costurou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores, quando este foi fundado em 10 de fevereiro de 1980. Participou ativamente no início das atividades do partido, ajudando a criar núcleos e a estampar camisetas.

Com a intervenção do governo federal no sindicato em abril do mesmo ano, Lula e outros sindicalistas foram presos, e as reuniões eram realizadas ilegalmente em sua casa.

Nesse período, ela organizou uma passeata de mulheres pela libertação dos sindicalistas. Centenas de mulheres e de crianças, todas cercadas por policiais, tanques e cavalaria, saíram da Praça da Matriz e caminharam pela rua Marechal Deodoro até o Paço Municipal, retomando à Igreja da Matriz.

Durante as disputas eleitorais de 1982, 1986, 1994 e 1998, nas quais Lula se candidatou, Marisa dedicou-se aos filhos, à casa e às campanhas. Em 2002, entretanto, com os filhos já adultos, pôde se dedicar exclusivamente à campanha do marido.

Em 1º de janeiro de 2003, Marisa Letícia tornou-se a primeira-dama do Brasil. Em outubro daquele mesmo ano, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real, durante visita do rei Haroldo V e da rainha Sônia da Noruega. Em 23 de julho de 2003 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e em 5 de março de 2008 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

Nos oito anos como primeira-dama do Brasil, Marisa Letícia não participou ativamente de nenhum projeto, fato duramente criticado pela oposição. Tradicionalmente a primeira-dama realiza projetos sociais, em paralelo as ações oficiais.

No primeiro turno das eleições de 2006, Marisa não deu tanto apoio a Lula quanto nas eleições anteriores. Assim como o marido, acreditava que a disputa seria resolvida no primeiro turno. Entretanto, com a disputa encaminhada para segundo turno, Marisa começou a participar mais ativamente da campanha, mantendo uma agenda própria e realizando caminhadas sozinha em prol do marido em Brasília e em Goiânia.

Nomes de Marisa:

Marisa nasceu Marisa Letícia Casa, filha de Antonio João Casa e Regina Rocco Casa. Ao casar-se, seu nome passou para Marisa Letícia Casa dos Santos. Ao casar-se pela segunda vez, passou para Marisa Letícia Casa da Silva.

Quando Lula incorporou seu apelido no nome, Marisa mudou novamente de nome, passando a chamar-se Marisa Letícia Lula da Silva.

Morte:

Em 24 de janeiro de 2017, Marisa foi internada na UTI do Hospital Sírio-Libanês após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico.

Em 2 de fevereiro, o portal UOL anunciou que ex-primeira dama havia tido sua morte cerebral decretada, entretanto o Hospital Sírio-Libanês anunciou publicamente que a mesma seria submetida aos primeiros exames para a testificação de morte cerebral em 3 de fevereiro de 2017.

Após esses exames, o hospital divulgou nota confirmando a morte de Marisa, constatada às 18h57. Sua família autorizou a doação de seus órgãos.

Curiosidades: 

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que Marisa foi uma “mulher de fibra, batalhadora que conquistou espaço e teve importante papel político. Marisa foi o esteio de sua família, a base para que Lula pudesse se dedicar de corpo e alma à luta pela construção de um outro Brasil”.

O recém eleito e empossado presidente do Senado, Eunício Oliveira, afirmou em nota que Marisa “foi uma mulher forte, atuou na militância política com doçura e firmeza, mas foi sobretudo mãe e esposa extremamente dedicada aos seus entes queridos”.

Desde o dia 2, o ex-presidente Lula tem recebido visitas políticos aliados e oposicionistas, a exemplo do presidente Michel Temer e dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Dilma Rousseff, e de políticos de vários partidos políticos.

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