Homenagem do dia: Simplício
Francisco Flaviano de Almeida, mais conhecido como Simplício (Itu, 5 de outubro de 1916 — Itu, 14 de fevereiro de 2004)
Simplício foi um humorista brasileiro.
Ele é o responsável pela fama de Itu ser “a cidade onde tudo é grande”.
Em 2001 o jornalista Salathiel de Souza iniciou pesquisas e entrevistas com o objetivo de escrever a primeira biografia oficial do humorista ituano.
Em 2003 o resultado foi apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social (TCC) na Faculdade Prudente de Moraes (Itu/SP).
O resultado foi a obra “Simplício: Um Contador de Histórias – Vida e Obra de Francisco Flaviano de Almeida”, ainda não publicado.
O lançamento está previsto para 2016, quando será comemorado o centenário de nascimento do biografado.
Seu interesse pela carreira artística surgiu quando ele assistiu a um espetáculo de circo que passava pela cidade.
Ele impressionou-se a ponto de deixar sua cidade e ir embora junto com os artistas do circo, tornando-se um deles. Com a companhia de circo, rodou o interior do estado de São Paulo e grande parte do país, acabando por conhecer o ator Manuel de Nóbrega, que o convidou para trabalhar.
Já morando na cidade de São Paulo, passou a trabalhar em programas humorísticos nas rádios Cultura (com o programa O Clube dos Mentirosos) e Pirapitinga (com o programa Torre de Babel).
Ele fez parte do primeiro programa de humor da televisão brasileira, A Praça da Alegria, veiculado pela TV Tupi, a convite de Manuel de Nóbrega.
Simplício ainda passou pela Rede Record, Rede Bandeirantes, Rede Globo e SBT. Foi na Rede Globo, em 1967, onde ele começou a fazer o personagem que divulgava Itu como “a cidade onde tudo é grande” – o que começou como piada mas acabou virando marca da cidade, tornando Simplício muito querido entre seus conterrâneos.
Numa das clássicas cenas de seu personagem de Itu, este entrava em cena com a mulher, Ofélia, e dizia o texto (com um carregado sotaque interiorano): “Vai, Ofélia, diga para o homem de que tamanho é a abóbora lá de Itu!” – ao que a mulher respondia, abrindo os braços: “É deste tamanho!” – e ele retrucava, bravo: “Não, Ofélia, não é a pitanga, é a abóbora!“.
Seu último trabalho na televisão foi no programa A Praça É Nossa do SBT.
Antes da carreira artística, Simplício trabalhou como vendedor em um armazém e também numa fábrica de tecidos em Itu, além de ter sido pipoqueiro, engraxate, jornaleiro e vendedor de lanche nos trens.
Ele gostava muito de música e tocava bateria, e chegou a ser Secretário Municipal da Cultura e Turismo em Itu.
Simplício casou-se em 1959 com Helena Maria de Almeida e teve dois filhos, Francisco Alberto e Luiz Eduardo, e vários netos.
Em uma de suas últimas entrevistas, Simplício contou que passou a ser chamado por esse apelido em sua estreia no circo, na cidade de Amparo, quando alguém o lembrou que ele precisava de um nome artístico.
“Eu sempre fui um cara muito simples, quase simplório, aí começaram a me chamar de Simplício” – disse ele.
Morte:
Simplício morreu aos 87 anos na noite do dia 14 de fevereiro de 2004 em um hospital em Itu, vitimado por uma hemorragia interna, decorrente da falência múltipla dos órgãos.
O então prefeito de Itu, Lázaro Piunti, decretou luto oficial por três dias, e o orelhão e o semáforo gigantes da praça Padre Miguel — objetos inspirados pelo comediante e símbolos da cidade — amanheceram envolvidos por laços pretos.
O comércio central trabalhou com as portas entreabertas, em sinal de luto.
Seu corpo foi enterrado às 16 horas de 15 de fevereiro de 2004 no Cemitério da Saudade, em Itu, onde foi homenageado pela prefeitura e pelo Corpo de Bombeiros.
-Leonardo Assem♦